segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Texto para Trabalhar Meio Ambiente & Consumo


DESABAFO

"Na fila do supermercado o caixa diz uma senhora idosa que deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse: “Não havia essa onda verde no meu tempo.”


O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com  nosso meio ambiente. "
"Você está certo", responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.


Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.


Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só  uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

* Autor desconhecido fonte Internet

Dia Nacional da Consciência Negra




"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."  Nelson Mandela


A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.

O Dia da Consciência Negra homenageia e resgata as negras raízes do povo brasileiro. Escolhido por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares,este dia é dedicado à reflexão sobre presença do negro na sociedade brasileira. 

O dia da Consciência Negra também põe em pauta a importância de discutir a temática negra na escola. A inclusão de assuntos ligados à África e ao povo negro na educação formal é uma das estratégias para reconhecer a presença desse grupo na história do Brasil.


Há muitas possibilidades para enriquecer o aprendizado por meio da inserção da cultura negra africana. "Uma das estratégias no ensino fundamental e médio é revelar a África pela própria visão africana. Revelando aos alunos a riqueza da cultura africana para além dos estereótipos é possível combater preconceitos dos alunos brancos e reforçar a auto-estima dos estudantes negros.É preciso combater a história sobre a África feita na maioria das vezes  com representações eurocêntricas, a partir de um viés europeu. Isso favorece preconceitos e a invisibilidade dos povos africanos.

A exclusão do afro-brasileiro tem sido colocada em evidência por diversas análises de natureza sociológica e antropológica, e é até mesmo constatável a partir da simples visualização de dados estatísticos produzidos  pelo IBGE demonstrando o caracter duradouro da discriminação racial brasileira. 

A temáticas relacionadas à cultura negra deve estar presente no decorrer de todo o ano letivo, como preveem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a legislação brasileira. Não podemos limitar  a um dia ou uma parte do ano. Vejo o Dia da Consciência Negra como ápice do trabalho feito o ano todo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Reflexões sobre a valorização da estética africana como elemento de auto-afirmação


* Dilson MarsicoResumo do Ensaio de Antropologia - ETNOLOGIA AFRO – BRASILEIRA ;Reflexões sobre a valorização da estética africana como  elemento de  auto-afirmação, 2008

Buscamos  refletir sobre a estética africana que busca resgatar a cultura afro, fator comportamental importante de integração e resistência a uma massificação calçada no estereotipo, ou seja, a cultura dominante branca que impõem seus padrões, vizando a homogeneização visual, onde todos os fatores devem convergir para o conceito de “belo“. 
O corpo ao longo da história se tornou um emblema étnico e sua manipulação tornou-se uma característica cultural marcante para diferentes povos.

 Ele é um símbolo explorado nas relações de poder e dominação para classificar e hierarquizar grupos diferentes. Deste modo o corpo humano é apropriado e construído socialmente e culturalmente e cada sociedade determina o que pode ser mostrado e quais partes do corpo são destacadas. Portanto se o corpo nos permite revelar a estrutura de uma sociedade em particular, então no corpo podemos encontrar os sinais de dominação e subordinação.


O cabelo como identidade  


O corpo como linguagem, mas a cultura escolheu algumas das suas partes como veiculo de comunicação. O cabelo é uma delas elemento visível e destacado do corpo. 
O entendimento da simbologia do corpo negro e dos sentidos da manipulação de suas diferentes partes, entre elas, o cabelo, pode ser um dos caminhos para compreender a questão da identidade negra em nossa sociedade. Em torno da manipulação do corpo e do cabelo negro existe uma vasta história. Uma história ancestral e uma memória. Há também significados e tensões construídas no contexto das relações raciais e do racismo brasileiro.  

É importante destacar a dimensão simbólica dos cabelos nas representações dos negros.
Cabelos são marcas identitárias e como   a cor da pele é a característica fenotípica que historicamente distingue os negros dos brancos. Sobre este assunto Sobre este assunto Nilma Lino Gomes afirma que:

 “O cabelo negro, visto como “ruim”, é expressão do racismo e da desigualdade racial que recai sobre o sujeito. Ver o cabelo como ‘ruim” e do branco como “bom” expressa um conflito. Por isso mudar o cabelo pode significar a tentativa do negro sair do lugar de inferioridade ou a introjeção deste.” ( Gomes, 2003)<!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]-->

Trata-se de um processo perverso e antigo de desvalorização das características dos negros, o cabelo crespo do negro é “ruim” e os cabelos dos brancos, como cabelo “bom”. É um processo classificatório e consequentemente propõem uma hierarquia, conferindo valor e superioridade a características de uma raça em relação a outra. 

Entre um padrão de beleza real e um ideal estamos em uma zona de conflito, o padrão ideal é branco, mas o real do Brasil é negro e mestiço.

Ao analisar mais atentamente os comerciais de cosméticos e tratamento estético dos cabelos crespos a mensagem sublinhar que nos é apresentada é que ele é um problema. Problema este por ser um elemento diferenciador usado historicamente para classificar a cor da pele.


Atualmente, as mulheres e, em uma extensão menor que os homens, dispõem de uma grande variedade de cortes e penteados por meio dos quais podem "falar", negociar e se situar. As mulheres podem deixar os cabelos encaracolados, submetê-los a relaxamento ou usá-los ondulados; os homens podem adotar cortes quadrados (também chamados caixa), fazer desenhos à máquina nos cabelos,usá-los cacheados ou fazer uma variedade de tipos de tranças (Figueiredo 1994).[2]


Neste sentido podemos compreender que para o negro a intervenção no cabelo é muito mais que uma vaidade ou intervenção estética ele é identitário e elemento revelador de pertencimento a uma origem eticnica. O seu significado também pode ser visto a partir do modo em que ele é cortado, tratado, alisado, raspado ou trançado ele pode nos revelar a identidade, os conflitos, as idealizações e aspirações de seu dono. 

É interessante observar que o negro nos dias de hoje diante da representação construída de seu cabelo e com o acesso as novas tecnologias e centro de belezas especializadas no corpo negro e cabelo crespo possibilitam a este se apresentar de uma forma esteticamente “aceitável” socialmente para sociedade brasileira. A pergunta que fica será que esta intervenção esta contribuindo para a diminuição dos apelidos e tratamento preconceituosos nos espaços públicos. 

Estas reflexões sobre a estética negra como elemento de auto – afirmação busca contribuir para desvelamento do preconceito e da discriminação racial em nosso cotidiano.


Partindo da idéia de que a identidade negra é construída não só a partir do olhar que o negro tem de si, mas também na relação que ele tem com o olhar do outro sobre ele, não só o que é refletido no espelho importa. Há um espelho do lado de fora que joga com as imagens e com os padrões estéticos. Esse espelho é a sociedade.


É com essa atmosfera conflitiva, vivida numa sociedade marcada na sua estrutura por um racismo ambíguo e pelo mito da.democracia racial, que busco refletir sobre a valorização dos padrões estéticos negro numa dinâmica que procura levar ao negro elementos de autovaloriação estética e social.
 A intervenção no corpo negro é apenas pano de fundo das representações negativas sobre o negro e a reversão desta como estratégia de orgulho e afirmação étnico-racial.

  Esta reversão nos possibilita entrar em contato com a história, memória e herança cultural africana presente na formação cultural afro-brasileira.  



[1] Gomes, Nilma Lino. Educação, identidade e formação de professores (as): Um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, p. 167-182, jan./jun. 2003.


<!--[if !supportFootnotes]-->[2]<!--[endif]--> FIGUEIREDO, Angela. "O Mercado da Boa Aparência: As Cabeleireiras Negras”. Análise & Dados (Centro de Informações e Estatísticas do Estado da Bahia), 1994. 

 




domingo, 13 de novembro de 2011

Exposição Virtual - A Revolta da Chibata


O Núcleo de Ação Educativa Arquivo Público do Estado de São Paulo  através da Exposição Virtual  busca reavivar a discussão sobre as questões dos direitos de cidadania que a Constituição Brasileira assegura, e também lançar um olhar sobre as permanências e rupturas que o processo histórico permite. 

Através da história de um dos “protagonistas” da Revolta, o marinheiro João Cândido,A Revolta dos Marinheiros, como era conhecida nos jornais de 1910 e na historiografia brasileira, passou a ser chamada Revolta da Chibata.

Desta forma a exposição virtual tem como propósito compartilhar essa discussão com professores, alunos, pesquisadores e demais interessados. 

Excelente material para trabalhar  no dia da Consciência Negra



sábado, 12 de novembro de 2011

História das coisas





"Historia das coisas" é um filme que mostra um pouco da realidade do mundo e de como nossa geração de consumismo esta destruindo o nosso mundo e em breve, em pouquíssimo tempo, até a nossa vida vai começar a ser ameaçada.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Competência exclusiva para ensinar sociologia





Projeto de lei  que estabelece a competência exclusiva para o ensino da Sociologia aos licenciados em Sociologia ou Ciências Sociais uma proposição da Federação Nacional dos Sociólogos – FNS foi encaminha pela câmara  através do o Projeto de Lei 1446/11 do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) .

Segundo o autor do projeto, como a lei  em vigor não previu exclusividade para o sociólogo no ensino da disciplina, outros profissionais tem tomado esse espaço tanto no ensino médio como no superior.

Para  a Federação Nacional do Sociólogos os  objetivos são, em primeiro, garantir mercado de trabalho para os licenciadas em Ciências Sociais. Em segundo, defender que o ensino da disciplina de sociologia no ensino médio seja de qualidade, a partir de uma base teórica solida onde o sociólogo se dedica no mínimo quatro anos  ao estudo das ciências Sociais.   

Íntegra da proposta: